Evolução
Geração espontânea ou abiogênese
Até meados do século XIX os cientistas acreditavam que os seres vivos eram gerados espontaneamente do corpo de cadáveres em decomposição; que rãs, cobras e crocodilos eram gerados a partir do lodo dos rios.Essa interpretação sobre a origem dos seres vivos ficou conhecida como hipótese da geração espontânea ou da abiogênese (a= prefixo de negação, bio = vida, genesis = origem; origem da vida a partir da matéria bruta). Pesquisadores passaram, então, a contestar a hipótese de geração espontânea, apresentando argumentos favoráveis à outra hipótese, a da biogênese, segundo a qual todos os seres vivos originam-se de outros seres vivos preexistentes.
Biogênese versus abiogênese
Os experimentos de Redi
Em 1668, Francesco Redi (1626 -1697) investigou a suposta origem de vermes em corpos em decomposição. Ele observou que moscas são atraídas pelos corpos em decomposição e neles colocam seus ovos. Desse ovos surgem as larvas, que se transformam em moscas adultas. Como as larvas são vermiformes, os "vermes" que ocorrem nos cadáveres em decomposição nada mais seriam que larvas de moscas. Redi concluiu, então, que essas larvas não surgem espontaneamente a partir da decomposição de cadáveres, mas são resultantes da eclosão dos ovos postos por moscas atraídas pelo corpo em decomposição.
Para testar a sua hipótese, Redi realizou o seguinte experimento: colocou pedaços de carne crua dentro de frascos, deixando alguns cobertos com gase e outros completamente abertos. De acordo com a hipótese da abiogênese, deveriam surgir vermes ou mesmo mosca nascidos da decomposição da própria carne. Isso, entretanto, não aconteceu. Nos frascos mantidos abertos verificaram-se ovos, larvas e moscas sobre a carne, mas nos frascos cobertos gaze nenhuma dessas formas foi encontrada sobre a carne. Esse experimento confirmou a hipótese de Redi e comprovou que não havia geração espontânea de vermes a partir de corpos em decomposição.
Os experimentos de Redi conseguiram reforçar a hipótese da biogênese até a descoberta dos seres microscópicos, quando uma parte dos cientistas passou novamente a considerar a hipótese da abiogênese para explicar a origem desses seres. Segundo esses cientistas, os microorganismos surgem espontaneamente em todos os lugares, independentemente da presença de outro ser vivo. Já outro grupo de pesquisadores não aceitava essas explicações. Para eles os microorganismos somente surgiam a partir de "sementes" presentes no ar, na água ou no solo. Essas "sementes", ao encontrarem locais adequados, proliferavam (interpretação coerente com a hipótese da biogênese).
Os experimentos de Pasteur
Somente por volta de 1860, com os experimentos realizados por Louis Pasteur (1822 - 1895), conseguiu-se comprovar definitivamente que os microorganismos surgem a partir de outros preexistentes. Os experimentos de Pasteur estão descritos e esquematizados na figura abaixo:
A ausência de microrganismos nos frascos do tipo "pescoço de cisne" mantidos intactos e a presença deles nos frascos cujo "pescoço" havia sido quebrado mostram que o ar contém microorganismos e que estes, ao entrarem em contato com o líquido nutritivo e estéril do balão, desenvolvem-se. No balão intacto, esses microorganismos não conseguem chegar até o líquido nutritivo e estéril, pois ficam retidos no "filtro" formado pelas gotículas de água surgidas no pescoço do balão durante o resfriamento. Já nos frascos em que o pescoço é quebrado, esse "filtro" deixa de existir, e os micróbios presentes no ar podem entrar em contato com o líquido nutritivo, onde encontram condições adequadas para seu desenvolvimento e proliferam.
A hipótese da biogênese passou, a partir de então, a ser aceita universalmente pelos cientistas.
Vida multicelular
Como surgiram os seres multicelulares? Evidências obtidas de estudos geológicos sugerem que osprimeiros multicelulares simples surgiram na Terra há cerca de 750 milhões de anos! Antes disso houve o predomínio de vida unicelular, como formas eucarióticas simples. A partir dessa data, surgem os primeiros multicelulares, originados dos unicelulares eucariotos existentes.
Desde então, a evolução não parou mais!
O FIXISMO
Até meados do século XIX, a maior parte dos teólogos e naturalistas, cientistas da época que estudavam a Terra e os seres vivos, acreditava que o nosso planeta e os organismos que o habitam eram ou são imutáveis. Essa idéia é denominada de Fixismo. Os pensadores fixistas também acreditavam que o mundo e as espécies foram criados por um Criador que planejou tudo e teria feito o mundo em um único ato de criação. Essa idéia de que tudo que observamos hoje: os diversos ambientes, as plantas e os animais, seriam o resultado desse processo divino de criação é denominado de Criacionismo.
As conseqüências do pensamento fixista
Uma conseqüência da visão fixista é que ela permitia pensar que os seres vivos poderiam ser ordenados numa grande cadeia de seres vivos: do mais simples ao mais avançado. Essa ordem atribuída aos seres vivos seria um reflexo da obra de Deus que criou os seres vivos ,de forma planejada, cada um cumprindo uma função na natureza. Além disso, todas as características dos seres vivos teriam sido previamente planejadas para realizar uma função específica. Uma outra conseqüência do pensamento fixista é que cada ser vivo é entendido como uma forma viva isolada, sem relação com outro ser.
O TRANSFORMISMO: NOVAS VISÕES SOBRE O MUNDO
No começo do século XVIII, uma nova visão de mundo começou a influenciar os pensadores da época, e foi denominada de evolucionismo ou transformismo. Ela era contrária ao fixismo e defendia que a mudança tinha um papel central no mundo natural.
Na Geologia, os naturalistas James Hutton propôs que as modificações da superfície terrestre foram provocadas por forças que exerciam uma ação contínua e gradual no decorrer do tempo. Essas forças estariam relacionadas aos processos geológicos como intemperismo, vulcanismo, depósito de sedimentos etc. Essa idéia permitiu evidenciar que a crosta terrestre tinha uma história muito antiga, bem mais que os milhares de anos defendidos pelos religiosos ou cientistas da época.
A idéia de mudança no mundo natural aos poucos foi sendo estendida para os seres vivos. Afinal, se as estrelas e o sistema solar se alteram, assim como ambientes porque apenas os organismos vivos são imutáveis? Aos poucos, a idéia de mudança e transformação das espécies foi sendo incorporada no pensamento de alguns naturalistas respeitados, o que possibilitou a enfraquecer a idéia de que os seres vivos não mudaram desde a sua criação por Deus. Esses naturalistas acreditavam que os seres atuais nem sempre existiram, que algumas espécies desapareceram antes que fossem conhecidas e alguns seres vivos sofreram transformações. Essa idéia chama-se Transformismo.
A importância dos fósseis
Fósseis são restos ou vestígios preservados de animais, plantas ou outros seres vivos em rochas, como moldes do corpo ou partes deste, rastros e pegadas. A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas sedimentares é conhecido como registro fóssil.
(1) (2)
fósseis: um ancestral das aves (1) e planta (2)
Os fósseis foram fundamentais para que a idéia de transformação dos seres vivos começasse a ser aceita, uma vez que são sinais de seres vivos do passado. Os fósseis geram questionamentos a hipótese fixista ou criacionista:
- Se Deus criou todos os seres vivos de maneira tão perfeita e harmônica porque algumas espécies foram extintas?
- Qual a relação entre as espécies fósseis e as atuais?
- Por que há tantas diferenças entre os conjuntos de espécies da Terra em diferentes épocas?
A paleontologia é a ciência que estuda os organismos que povoaram a terra ao longo do tempo e cujos restos e marcas de atividade se encontram preservados nos sedimentos. O estudo dos organismos é de grande importância para a compreensão e estudo da história da terra. Assim, a paleontologia interessa à biologia, pois permite estudar a evolução do seres vivos.
Para o estudo dos animais que outrora habitaram o planeta não são só os seus fósseis que são importantes, mas também as marcas deixadas da sua atividade ou seja, os rastos, as pegadas e as pistas, uma vez que permitem o conhecimento de seu comportamento.
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TEORIAS EVOLUCIONISTAS
As teorias evolutivas procuram explicar os mecanismos que determinam essa grande variedade de seres vivos. Propõem as teorias evolutivas que os seres vivos são passíveis de modificações e que provavelmente sofrem alterações morfológicas e fisiológicas ao longo dos tempos.
Propõem ainda que as espécies atuais tivessem origem em outras pré-existentes que sofreram modificações com a finalidade de se adaptar às constantes modificações ambientais ocorridas em nosso planeta.
Pode-se concluir que a evolução é o processo através do qual ocorrem mudanças ou transformações nos seres vivos ao longo do tempo, dando origem a espécies novas.
Diversas teorias evolutivas já foram elaboradas, destacando-se entre elas, as teorias de Lamarck, a de Darwin e mais recentemente foi formulada a Teoria Sintética da Evolução também conhecida como Neodarwinismo que é a teoria mais aceita atualmente pelos biólogos.
TEORIA DE LAMARCK
O naturalista Francês Jean-Baptiste Lamarck (1744 - 1829) foi um dos primeiros cientistas a defender e a propor uma teoria sistemática de evolução.
Sua teoria foi expressa com detalhes no livro Filosofia Zoológica, publicada em 1809. Apesar de superada nos dias atuais a teoria de Lamarck foi bastante revolucionária para a época em que foi publicada. Segundo Lamarck, o mecanismo evolutivo estava baseado em duas leis fundamentais:
Lei do uso e desuso
Supõe que o uso frequente de determinadas partes do organismo conduz a hipertrofia, e o desuso prolongado faz com que se atrofiem.
Exemplos dados por Lamarck:
a) Dentes não utilizados, no decorrer do tempo, tendem a se atrofiar ou desaparecer, como os olhos da toupeira (Figura 1) e vestígios de dentes encontrados no feto da baleia (Figura 2);
Lei da transmissão dos caracteres adquiridos
Supõe que as características adquiridas pelo uso ou perdida pelo desuso são transmitidas aos descendentes.
Importância: além de combater o fixismo, teoria corrente na época, foi a primeira hipótese que tentou explicar seriamente a evolução.
Assim, ao longo das gerações, a atuação da seleção natural sobre os indivíduos mantém ou melhora o grau de adaptação destes ao meio.
Erro básico: as características adquiridas não são hereditárias.
TEORIA DE DARWIN
A viagem de Darwin ao redor do mundo
Muitas das observações que levaram Charles Darwin a elaborar sua teoria evolucionista ocorreram durante a viagem ao redor do mundo, como naturalista do navio inglês H. S. S. Beagle. Durante os cinco anos que durou a viagem, iniciada em 1831, Darwin visitou diversos locais da America do Sul (inclusive o Brasil) e da Austrália, além de vários arquipélagos tropicais.
Durante a viagem do Beagle, Darwin fez escavações na Patagônia, onde encontrou fósseis de mamíferos já extintos. Darwin descobriu o fóssil de um animal gigantesco, com a organização esquelética muito semelhante à dos tatus que hoje habitam o continente sul-americano.
Nas ilhas Galápagos, um conjunto de ilhas pequenas e áridas, situadas no Oceano Pacífico a cerca de 800 Km da costa do Equador, Darwin encontrou uma fauna e uma flora altamente peculiares, que variavam ligeiramente de ilha para ilha.
Darwin se torna adepto do evolucionismo
Darwin só se tornou verdadeiramente evolucionista vários meses após regressar de sua viagem, em cerca de 1837. Só então, pode compreender o significado evolutivo de suas observações em Galápagos e em outros locais ao rever suas anotações e submeter o material coletado na viagem a diversos especialistas.
A pergunta que Darwin se fazia era: se os animais e plantas tinham sido criados tal e qual se apresentam hoje, porque razão espécies distintas, mas notadamente semelhantes, como as de pássaros e tartarugas de Galápagos, foram colocadas pelo criador e ilhas próximas, e não distribuídas homogeneamente pelo mundo? Era realmente surpreendente que ilhas de clima e condições físicas semelhantes, mas distantes uma das outras (como Galápagos e Cabo Verde, por exemplo) não tivessem espécies semelhantes.
Darwin acabou concluindo que a flora e a fauna de ilhas próximas são semelhantes porque se originam de ancestrais comuns, provenientes dos continentes próximos. Em cada uma das ilhas, as populações colonizadoras sofrem adaptações específicas, originando diferentes variedades de espécies. Por exemplo, as diversas espécies de pássaros fringilídeos de Galápagos provavelmente se originaram de uma única espécie ancestral oriunda do continente sul-americano. A diversificação da espécie original, que teria originado as diferentes espécies atuais, deu-se como resultado às diferentes ilhas do arquipélago.
Desta forma, Charles Darwin (1809-1882) propôs em 1859, em seu livro A Origem das Espécies suas idéias a respeito dos mecanismos de evolução: A teoria da Evolução através da Seleção Natural.
Segundo esta teoria, os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência que os menos aptos, deixando um maior número de descendentes. Estes descendentes, melhor, adaptados estariam, portanto, com maiores chances de sobrevivência num ambiente em constantes mudanças.
Os mecanismos de evolução propostos por Darwin podem ser resumidos da seguinte forma:
- Os indivíduos de uma mesma espécie mostram muitas variações, não sendo, portanto, idênticos, entre si.
- Boa parte dessas variações é transmitida aos descendentes.
- Se todos os indivíduos de uma espécie se reproduzissem, as populações cresceriam exponencialmente.
- Como os recursos naturais são limitados, os indivíduos de uma população lutam por sua sobrevivência e de sua prole.
- Portanto, somente alguns, os mais adaptados segundo Darwin sobrevivem e deixam filhos.
Importância: Base da atual teoria da evolução
Erro básico: Não explica a origem das variações
Observe a comparação na história evolutiva das girafas, segundo Lamarck e Darwin:
Quadro comparativo das idéias de Lamarck e Darwin
TEORIA SINTÉTICA DA EVOLUÇÃO (NEODARWINISMO)
Também chamada de Neodarwinismo esta teoria faz a síntese entre as idéias de Darwin e os novos conhecimentos científicos, especialmente no campo da Genética. Além da seleção natural o Neodarwinismo reconhece como principais fatores evolutivos a mutação gênica, a mutação cromossômica, a recombinação genética e o isolamento reprodutivo.
O Neodarwinismo só pode ser elaborado após o redescobrimento dos trabalhos de Mendel, em genética e com o aprofundamento do conceito de gene quando foi possível determinar os principais responsáveis pela variedade nos seres vivos. As mutações e a recombinação genética, fatores que Mendel desconhecia quando elaborou sua teoria.
MUTAÇÕES
A transmissão das características hereditárias se faz de pais para filhos através da reprodução. Nessa ocasião, os cromossomos e o material genético que eles contêm se duplicam e passam à descendência através dos gametas. Embora existam mecanismos para impedir erros na replicação do DNA, eles podem ocorrer, trazendo como resultado modificações nas características que determinam. Esses erros ocorrem subitamente e são chamados de mutações.
SELEÇÃO NATURAL
É o principal fator evolutivo que atua sobre a variabilidade genética de uma população. A ação da seleção natural consiste em selecionar genótipos mais bem adaptados a uma determinada condição ecológica, eliminando aqueles desvantajosos para essa condição.
Existem diversas comprovações da atuação da seleção natural e entre elas pode-se citar o caso de melanismo industrial ocorrido com mariposas em regiões industrializada Inglaterra.
Há cerca de um século, as populações de mariposas Biston betularia da Inglaterra eram formadas por indivíduos de cor clara. Muito raramente, apareciam indivíduos escuros (melânicos).
A partir de 1900, nas regiões que se tornaram industrializadas, os tipos escuros tornaram-se comuns, enquanto as formas claras se tornaram raras.
Esse fenômeno ocorre simultaneamente ao escurecimento dos troncos das árvores, impregnados com a fuligem liberada pelas chaminés das fábricas. Os troncos eram anteriormente claros, cobertos por liquens acinzentados.
Assim, um indivíduo menos adaptado em um ambiente pode vir a ser o mais adaptado caso haja uma mudança ambiental.
A ação seletiva dos pássaros sobre as mariposas da espécie Biston betularia pode ser constatada através de diversos trabalhos experimentais desenvolvidos por vários pesquisadores. Mariposas criadas em grandes quantidades foram libertadas sobre troncos de árvores em áreas rurais e urbanas (industrializadas). Observou-se, utilizando-se binóculos e abrigos especiais, que as variedades que não "combinavam" com o fundo claro (zona rurais) estavam mais sujeitas á ação predadora dos pássaros insetívoros.
ESPECIAÇÃO
Processo de formação de novas espécies. As populações de uma mesma espécie que vivem em regiões geográficas diferente, e apresentem conjuntos,gênicos diferentes, constituem raças geográficas ou subespécies de uma espécie.
Se o isolamento geográfico persistir, Os genótipos das duas espécies modificar-se-ão devido ao aparecimento de mutações e recombinações.Com o passar do tempo, as diferenças genéticas aumentam ate que ocorra o isolamento reprodutivo, Isto é, se as duas populações forem unidas ou desaparecer o isolamento geográfico, não ocorrerão mais cruzamentos entre elas. As populações com isolamento reprodutivo passam a constituir duas espécies diferentes.
Assim sendo as populações:
1o Estágio: Uma única população em um ambiente homogêneo.
2o Estágio: Diferenciação do ambiente, migração para novos ambientes produzem diferenciação.
3o Estágio: Modificações posteriores as migrações conduzem ao isolamento geográfico de algumas raças e subespécies.
4o Estágio: Algumas dessas subespécies isoladas se diferenciam-se no tocante a modificações gênicas e cromossômicas que controlam mecanismos de isolamento reprodutivo.
5o Estágio: Modificações no ambiente permitem que populações geograficamente isoladas coexistam novamente na mesma região. Elas agora permanecem distintas por causa das barreiras de isolamento reprodutivo que as separam podem ser reconhecidas como espécies distintas.
OS TIPOS DE ISOLAMENTO REPRODUTIVO
São descritos dois mecanismos de isolamento reprodutivo: pré-zigóticos e pós-zigóticos. Nos dois casos, estabelece-se algum bloqueio no fluxo gênico entre indivíduos de grupos diferentes.
A) Mecanismos pré-zigóticos: são os que impedem o acasalamento e, conseqüentemente, a formação do zigoto. Os principais tipos são:
1. Sazonal ou estacional: Indivíduos dos dois grupos tornam-se aptos ao acasalamento em diferentes épocas ou estações do ano. Exemplo: grupos diferentes de rãs que vivem numa mesma lagoa, mas não se reproduzem na mesma época.
2. Ecológico: Deve-se à ocupação de ambientes diferentes, em condições naturais. Exemplo: duas espécies de camundongo do gênero Peromyscus, uma vivendo no campo e outra em florestas.
3. Etológico ou comportamental: Devido à existência de diferentes rituais de acasalamento, geneticamente determinados. Exemplo: o tangará-dançarino, cujos machos exibem, um de cada vez, acrobacias no ar para uma fêmea. Ela elege apenas um macho que apresente o ritual satisfatório e não se acasala com machos de outro grupo.
4.Mecânico: Determinada pela existência de diferenças significativas entre os órgãos genitais, tornando inviável a cópula, como ocorre com algumas borboletas.
5. Isolamento gamético: resulta de um fenômeno fisiológico que impede a sobrevivência dos gametas masculinos de uma população no organismo feminino da outra.
B) Mecanismos pós-zigóticos: Impedem a viabilidade ou o desenvolvimento de descendentes, caso sejam superados todos os mecanismos pré-zigóticos, os mecanismos pós-zigóticos podem ocorrer das duas maneiras relacionadas a seguir:
1. Inviabilidade do híbrido: As diferenças genéticas entre os híbridos de duas populações impedem que os genes trabalhem de forma coordenada e harmoniosa durante o desenvolvimento embrionário. Conseqüentemente, o embrião não completa o desenvolvimento ou então os filhos morrem antes de atingir a idade de reprodução;
2. Esterilidade do híbrido: O híbrido não é capaz de produzir gametas funcionais. Essa dificuldade pode ser causada por falta de homologia entre os cromossomos que prejudica o pareamento dos cromossomos durante a meiose.
3. Degeneração Do F2: Os indivíduos da geração F2 não sobrevivem ou apresentam grandes deformações.
ESPECIAÇÃO SIMPÁTRICA E ALOPÁTRICA
• Espécies simpátricas (Simpátrico, do grego sym,"reunião"; e pátria, "terra natal"): São aquelas que ocupam a mesma região.
• Espécies alopátricas (Alopátrico, do grego alo,"diferente"; e pátria. "terra natal"): Vivem em diferentes regiões, apresentando isolamento geográfico.
As novas espécies surgem quando duas populações ficam isoladas entre si, de modo que não
possa haver intercâmbio genético entre elas. A maneira mais comum de interromper esse intercâmbio é o isolamento geográfico. No entanto, em alguns casos, o intercâmbio de genes pode ser interrompido sem que ocorra este tipo de isolamento; desse modo, podem surgir novas espécies que vivem na mesma área geográfica.
A evolução simpátrica normalmente ocorre com o cruzamento de duas espécies, gerando um híbrido estéril, que é capaz de se reproduzir asssexuadamente e constituir uma espécie distinta. Esse processo de formação de novas espécies é denominado hibridização ou hibridação.
EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO
A evolução encontra argumentos muito fortes a seu favor no estudo comparativo dos organismos como a homologia e a analogia de certos órgãos. Nos órgãos vestigiais, na embriologia e no estudo dos fósseis.
ANATOMIA COMPARADA
A asa de uma ave, a nadadeira anterior de um golfinho e o braço de um homem, ainda que muito diferentes, possuem estrutura óssea e muscular bastante parecidas. A semelhança pode ser explicada admitindo-se que esses seres tiveram ancestrais em comum, dos quais herdaram um plano básico de estrutura corporal.
O parentesco evolutivo entre as aves e os mamíferos, por exemplo, também permite explicar as semelhanças entre os órgãos internos desses animais. O coração e o sistema circulatório e nervoso, entre outros, são constituídos pelas mesmas partes básicas.
EMBRIOLOGIA
O estudo da embriologia mostra a grande semelhança existente nos embriões de animais de classes diferentes quando nas etapas iniciais do seu desenvolvimento. Á medida que o embrião se desenvolve, surgem características individualizadas e as semelhanças diminuem.
Embriões de vertebrados diversos. Note a grande semelhança nos primeiros estágios do desenvolvimento.
HOMOLOGIA E A IRRADIAÇÃO ADAPTATIVA
A embriologia e a anatomia comparadas mostram que nossos braços, as patas dianteiras dos vertebrados e as asas das aves têm a mesma origem embrionária. Os órgãos de espécies diferentes que têm a mesma origem embrionária, embora possam ter funções diferentes, são chamados órgãos homólogos. As diferenças entre os órgãos homólogos devem-se à adaptação a ambientes diversos.
Assim, através de um processo chamado, irradiação adaptativa ou evolução divergente, as patas dianteiras dos Mamíferos sofreram modificações, que as adaptaram a diferentes atividades, como correr (cavalo), manipular objetos (homem), nadar (baleia), cavar (tatu) e até voar (morcego). Portanto, a presença de órgãos homólogos serve para mostrar o grau de parentesco entre diversos grupos aparentemente diferentes, servindo também como uma evidência a favor da evolução: se as espécies tivessem surgido separadamente, não haveria motivo para esperarmos semelhanças entre órgãos de funções diferentes.
ANALOGIA E EVOLUÇÃO CONVERGENTE
A embriologia e anatomia comparadas mostram também que as asas dos insetos e as das aves têm origem embrionária diferente, embora desempenhem a mesma função. Trata-se, neste caso, de órgãos análogos.
Assim, o fato de aves e insetos terem asas não significa que haja parentesco entre eles. Indica apenas um fenômeno de convergência ou evolução convergente, ou seja, que dois seres não-relacionados resolveram de forma semelhante os problemas de adaptação ao mesmo tipo de ambiente. Outro exemplo de convergência é dado pelo formato do corpo e outras adaptações à vida aquática de animais tão diversos quanto o golfinho, ictiossauro (réptil fóssil) e o tubarão.
ÓRGÃOS VESTIGIAIS
São estruturas pouco desenvolvidas em alguns grupos, geralmente sem função, mas em outros aparecem desenvolvidas e funcionais, revelando a existência de um parentesco evolutivo entre eles. Exemplos na espécie humana:
- O cóccix que é um vestígio da cauda observada em outros animais como o macaco.
- O apêndice vermiforme que é bem desenvolvido em alguns animais (coelho) e atrofiado no homem.
FÓSSEIS
Os fósseis são restos de seres vivos de épocas passadas ou qualquer vestígio deixado por eles. Os fósseis permitem que sejam feitas comparações entre seres que existiram há milhares de anos atrás e os seres vivos, atuais.
CO-EVOLUÇÃO (CO-ADAPTAÇÃO)
Quando duas ou mais populações interagem, de tal modo que cada uma constitui importante força seletiva para a outra ocorre ajustamento simultâneo.
Exemplos:
• Um dos mais importantes, em termos de número de espécies e de indivíduos implicados, foi a co-evolução das flores e seus polinizadores.
- Outro; exemplos incluem o caso do morcego e da mariposa noctuída, o das formigas e seus jardins de fungos.
E NÓS NESSA HISTÓRIA TODA?
O homem descende do macaco?
Na polêmica apresentação de seu trabalho a respeito do processo de seleção natural e da origem das espécies, Darwin foi acusado de defender a tese de que o homem descendeu dos macacos. Será que isso é verdade? A acusação é injustificada. Darwin nunca afirmou isso. O que ele procurava esclarecer era o fato de que todas as espécies viventes, inclusive a humana, teriam surgido por meio de um longo processo de evolução a partir de seres que o antecederam. Nesse sentido, homens e chipanzés, que tiveram um ancestral comum, seriam "primos em primeiro grau", fato que provocou a ira de muitos oponentes de Darwin. E não é que o assunto pode ser agora esclarecido, com uma fascinante descoberta na formação Chorora, na Etiópia central?
Um grupo de cientistas etíopes e japoneses encontrou restos fossilizados, na verdade oito dentes; de uma nova espécie de macaco - batizada com o nome Chororapithecus abyssinicus (ou macaco abissínico de Chorora) - que viveu a cerca de 10 milhões de anos e está sendo considerado o mais velho parente dos gorilas.
Explicando melhor: até agora, os cientistas acreditavam que os gorilas, ao longo da evolução, tivessem se separado dos chimpanzés bem mais tarde. E, depois disso, teria havido a separação das linhagens que originaram os chimpanzés e os hominídeos (família a que pertence a espécie humana). Agora, com essa nova descoberta, tudo leva a crer que a origem do homem é mais antiga, cerca de 9 milhões de anos. E, para completar, essa descoberta é um forte apoio da origem africana tanto dos humanos quanto dos grandes macacos modernos.
Para aqueles que acreditam na evolução biológica, descobertas como essa ajudam a esclarecer a origem dos seres humanos. E, também, a desfazer os mitos baseados em acusações infundadas.